Um tapete e uma colcha de flanela

A claque feminina do Nacional da Madeira adopta um estilo deveras castrador do discernimento na análise ao jogo, tal é o barulho agudo que as suas vozes, amplificadas pelo megafone da sua líder, debitam em doses sobrehumanas, sempre no registo habitual: "Nacional, Nacional, Nacional, Nacional...". E o que dizer do som lancinante, qual alarme de incêndio, usando o famigerado megafone, que nos invade e atormenta o espírito, nos lances de bola parada junto à área nacionalista? Medo...
Já a claque do clube da Figueira da Foz, adoptando um estilo na sua essência parecido, é composto por jovens que, sem usarem o megafone para o já citado som lancinante, aquando de um lance de perigo adversário, empunham-no para lançarem apelos como: "Naval, Naval, o orgulho da Naval somos nós", repetindo a frase até à exaustão. Não a exaustão dos próprios, visto que a repetem o jogo todo, mas dos que os ouvem. O que é chato, porque a pessoa compra um bilhete para ver o jogo com sossego na cadeira e depois é obrigado a ouvir um casting para vendedores ambulantes de tapetes e colchas...
PS: Este post é uma homenagem em forma de sátira às claques que para apoiarem os seus clubes não precisam de chamar nomes aos adversário, mandar garrafas e isqueiros aos árbitros, nem assaltar estações de serviço. Um grande bem haja para elas. Mas, já agora, baixem só um pouco o volume...
Reparem no pormenor da foto e vejam quem comandava a claque do Nacional no Estádio do Dragão. O grande Fernando. será que ele sabe com quem o F. C. Porto jogava? Fica a pergunta no ar...